25 de out. de 2009

The fairest of the seasons.

É a música que a Nico canta agora nos meus ouvidos. Que cantou um dia para si mesma. Agora ela ainda vive dentro de mim, ela e a sua belíssima voz. Assim como você. Assim como sempre viveremos dentro um do outro. E eu sempre te digo que não adianta chorar além da quantidade de lágrimas que faz bem expulsar dos olhos.

Há apenas um pequeno fio entre o prazer e a dor. Você pode optar.

21 de out. de 2009

18 de out. de 2009

" [...] É simplesmente enorme, na verdade, a soma de alegrias diminutas e delicadas que sinto ao observar as pessoas e as coisas, quando estou só. Apenas comigo mesma experimento uma "alegria perfeita".

" [...] A vida com as outras pessoas me parece um borrão, uma mancha... Quando estou sozinha, acho tudo maravilhoso: a vida em todos os seus detalhes, a vida."

Katherine Mansfield
Diário, 16 de maio/1915 (trecho)
In:"Diário e Cartas"



" O que pode alguém fazer quando tem trinta anos e, virando a esquina de repente, é tomado por um sentimento de absoluta felicidade — felicidade absoluta! — como se tivesse engolido um brilhante pedaço daquele sol da tardinha e ele estivesse queimando o peito, irradiando um pequeno chuveiro de chispas para dentro de cada ... partícula do corpo, para cada ponta de dedo? Ah! como a civilização é idiota! Para que termos um corpo, se somos obrigados a mantê-lo encerrado em uma caixa, como se fosse um violino raro, muito raro? "

Katherine Mansfield
(Felicidade)

Heimweg

12 de out. de 2009

Vertigem é uma tontura que você sente, mas que te dá vontade de cair, um dia alguém me disse. É como se o espiral te chamasse para dentro dele, algo assim, entende? Vertigem é o que acontece depois de algumas doses de vinho quando você não quer parar de dançar: dá até para se sentir parte do mundo, enquanto ele gira e você também.
A questão é simples: não queremos sucumbir ao sistema do universo. Correr para o lado contrário é o objetivo. Mal sabem que não adianta.
Vertigem é tentar.

7 de out. de 2009

5 de out. de 2009

Ah, Mariana, Mariana... que bom te olhar. Você e seus cabelos azuis - tão bonitos e cruéis. Se eu te dissesse que simplesmente gosto de te olhar você acreditaria? Vejo que quando cruzamos os olhos você fica tímida e desvia, e aí me sinto meio intrusa, invadindo a sua privacidade de observar as coisas com cuidado. Não sei se tenho esse direito.
Mas, ah, Mariana, gosto que você colore. Dá um sabor adocicado e amargo.
Paradoxos invisíveis, só dá pra ver dentro dos seus olhos.

4 de out. de 2009

3 de out. de 2009

Pequenas doses de felicidade.


Nada melhor do que glicose em um final de semana de não-sentir.
Hoje eu não quis mais nada do que aproveitar o âmago da preguiça. Poder fechar os olhos no sol e acabar a noite com Leonard Cohen cantando nos meus ouvidos.
Às vezes basta colocarmos um prazer antecipado nas coisas que elas podem ser as mais deliciosas possíveis. Dance me to the end of love.

Mesmo que, depois de um tempo, você veja o quanto as músicas que você ouvia há tempos atrás eram ruins, não adianta: se ela marcou uma época, sempre terá os significados mais profundos. Me bateu uma vontade de ouvir uma banda que ouvia muito há tempos atrás - em uma das épocas mais nostálgicas da minha vida - e, hoje eu sei que é ruim, musicalmente falando, mas me arrepia até a alma. Porque momentos me voltam, coisas que eu vivia com essa trilha sonora.

2 de out. de 2009