29 de abr. de 2011

Leveza



"O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (pois isso se aplica a todas as mulheres) e sim pelo desejo do sono compartilhado (isso se aplica a uma só mulher)".





Trecho retirado de A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera.
Ele sabe das coisas.

26 de abr. de 2011

Chuva de cores.

Também quero uma chuva de cores.

15 de abr. de 2011

"Deixei os braços pousarem na madeira inchada e úmida, abri um pouco a janela a pensar que isso de olhar a chuva de frente podia abrandar o ritmo dela, ouvi lá embaixo, na varanda, os passos da avó Agnette, que se ia sentar na cadeira da varanda a apanhar ar fresco, senti que despedir-me da minha casa era despedir-me dos meus pais, das minhas irmãs, da avó e era despedir-me de todos os outros: os da minha rua, senti que rua não era um conjunto de casas mas uma multidão de abraços, a minha rua, que sempre se chamou Fernão Mendes Pinto, nesse dia ficou espremida numa só palavra que quase me doía na boca se eu falasse com palavras de dizer: infância. A chuva parou. O mais difícil era saber parar as lágrimas. O mundo tinha aquele cheiro da terra depois de chover e também o terrível cheiro de despedidas. Não gosto de despedidas porque elas têm esse cheiro de amizades que se transformam em recordações molhadas com bué de lágrimas. Não gosto de despedidas porque elas chegam dentro de mim como se fossem fantasmas mujimbeiros que dizem segredos do futuro que eu nunca pedi a ninguém para vir soprar no meu ouvido de criança. Desci. Sentei-me perto, muito perto da avó Agnette. Ficamos a olhar o verde do jardim, as gotas a evaporarem, as lesmas a prepararem os corpos para novas caminhadas. O recomeçar das coisas.

- Não sei onde é que as lesmas sempre vão, avó.
- Vão pra casa, filho.
- Tantas vezes de um lado para o outro?
- Uma casa está em muitos lugares - ela respirou devagar, me abraçou - é uma coisa que se encontra."


Trecho lindo de "Os da minha rua", de Ondjaki.

5 de abr. de 2011

Hélio Leites



"Fazer o que a gente não gosta é o pior desemprego do mundo. Se pegar esse aparelho que pisca, que ri e que chora e colocar ele pra trabalhar em uma coisa que não gosta é um desserviço pro espírito."


O vídeo faz parte do projeto O que é tristeza pra você?.

1 de abr. de 2011

J. Jingle Jangle em Tokyo




Algumas fotos minhas estão expostas na Uplink Gallery, em Tokyo, de 27 de março a 10 de abril, devido ao lançamento do filme por lá.
Espero poder contribuir, mesmo de um modo singelo, com o que os japoneses precisam agora: arte, esperança e força.
Eu fotografo o que acredito, e eu acredito que a dor e a tristeza também trazem profundas coisas belas.