11 de set. de 2011

Deleuze

"Futuro e passado não têm muito sentido; o que conta é o devir-presente: a geografia e não a história, o meio e não o começo nem o fim, a grama que está no meio e que brota pelo meio, e não as árvores que têm cume e raízes. Sempre a grama entre as pedras do calçamento."

"Devir é tornar-se cada vez mais sóbrio, cada vez mais simples, tornar-se cada vez mais deserto e, assim, mais povoado."

"Fazer do pensamento uma potência nômade não é, obrigatoriamente, mover-se, e sim abalar o modelo do aparelho de Estado, o ídolo ou a imagem que pesa sobre o pensamento, monstro agachado sobre ela."

"Fugir não é exatamente viajar, tampouco se mover. Antes de tudo porque há viagens à francesa, históricas demais, culturais e organizadas, onde as pessoas se contentam em transportar seu "eu". Em seguida, porque as fugas podem ocorrer no mesmo lugar, em viagem imóvel."

Trechos retirados de Diálogos, de Gilles Deleuze e Claire Parnet.