31 de mai. de 2009

30 de mai. de 2009

Conversando com um velho amor eu vejo que o mundo é mesmo muito louco. Madrugadas caminhando pela cidade com uma garrafa de cachaça nas mãos. All stars rasgados e Sex Pistols. A gente era tão inocente. A gente ficava na noite até tarde, mas tinha medo de cada um que passava com um olhar estranho. Medos. E era tudo tão bom. 
Hoje ele mora no Hawaii, e acredita em deus. Eu digo, acredita no deus da bíblia e a história toda, estuda sobre. E às vezes isso me deixa de cara. Vejo muitas pessoas se transformando, e acho que deve acontecer algo muito louco. É a única explicação.
Uma garrafa de vinho vazia não é a explicação. É tudo meio vago. Não é não querer acreditar, mas acho que a essência está do lado de dentro. O que me deixa de cara é toda essa pregação de coisas.


Eu só acredito nos duendes, no poder dos olhos e das almas - de quem tem.

29 de mai. de 2009

O menino que está sentado do meu lado esperando a van acha que eu não percebi. 
As pernas tremelicando denunciam tudo, meu bem. Você pode usar a desculpa do frio. Tá, eu sei que tá frio e que hoje a noite vai ser uma das mais frias por estar sozinha. Mas eu sei que as suas pernas tremendo são de nervosismo, esse contato com as pessoas, não te faz bem. Algum trauma de infância talvez, mas não importa. Você não ousa falar uma palavra. Eu muito menos. Não costumo falar com pessoas que não me interessam o mínimo. Com as que me interessam, menos ainda. É uma coisa engraçada. Costumo falar só quando ousam, mas se você não, eu não me importo. Tanto faz. Tá frio e eu só estou aqui sozinha de novo, querendo que o mundo se adapte ao meu silêncio.  Espera aí, o que é aquela luz no escuro? (...)

28 de mai. de 2009

Ontem eu era uma louca levando uma árvore nas mãos.

24 de mai. de 2009

A minha relação com os gatos sempre foi estranha. Amorosa, mas de longe. 
Já tive vários, todos me escaparam de alguma forma. E o meu amor por eles foi virando fato consumado.
Quando vejo algum, sempre me fogem, são poucos que me deixam acariciá-los. Mas me olham de uma forma tão funda que eu sinto que eles sabem das coisas - principalmente,  do meu amor por eles. 
Os gatos sabem da profundidade. Eles guardam a fundura no olhar. E nos relacionamos sendo quase um, quando a gente se olha. Sabem de todo o mistério do mundo. Mas eles sempre me fogem, miando de longe, correm agilmente.

Acho que é para o amor não acabar.



19 de mai. de 2009

Pequenas manias das quais não posso esquecer.

  • não conseguir ficar parada enquanto escovo os dentes;
  • olhar a caixinha de correio todos os dias, todas as vezes que chego em casa;
  • caminhar rápido demais;
  • pensar em milhões de coisas pra fazer, e quando chega a hora possível, esqueço;
  • achar que alguém está me seguindo/observando;
  • gostar muito de uma música e ouvir só ela até enjoar;
  • pensar que essas manias e paranóias me deixam cada vez mais distante.

16 de mai. de 2009

Sobre tilintar.


Meu bem, eu quis que tudo isso ficasse pra mais tarde. Sei que as escolhas não são de um só.
Mas, eu sei que você também não sabe tudo sobre relacionamentos. Eles são mais malucos do que se imagina.

Eu tenho um pote florido em que eu escondi muitas coisas. No dia do meu desespero, o meu choro coloquei lá dentro. Quando senti vontade de gritar o mundo, gritei lá pra dentro. Tudo o que havia de bonito pra você, guardei lá. Por enquanto ele está fechado, com uma caixinha de música do lado de dentro para tudo dormir levemente. É uma música bonita, dá pra ouvir aqui de fora.

O porém é que, quando for aberto todas as coisas vão sair juntas. Eu não tenho como filtrar.

Mas eu espero.
Algum sinal.
De qualquer lugar, de qualquer um.
Só quero ver alguma luz saindo pelos olhos.

14 de mai. de 2009

Os psicanalistas diziam que todos nossos sentidos são movidos a sexo. O problema é que toda a minha libido tá se desgastando e, tudo tem tido um pouco de dor. As pessoas se querem, mas não se tocam mais muito bem. Só com os olhos.
Todos os dias passo por crianças saindo da escola e, elas não têm muita noção de espaço. Ficam se esbarrando e gritando e... celebrando vida. Elas ainda não conhecem a dor do mundo. Mas é por esses olhos que a beleza no desconhecido ainda é viva.