Temos
que manter nossas “memórias de medo”, mas temos que inibir sua
evocação constantemente, para que não ocorra a síndrome de stress
pós-traumático.
Não
há como apagar memórias facilmente. O cérebro faz isso sozinho,
involuntariamente. Para que possamos continuar vivendo, o cérebro
costuma apagar memórias traumáticas.
Existem
as memórias de curtíssima duração (milisegundos), as de curta
duração (segundos, minutos ou horas), as de longa duração (horas,
dias, anos) e as remotas (que podem durar por décadas ou por toda
uma vida).
A
função faz o órgão: a melhor maneira de conservar a memória é
exercitá-la, e o melhor método é a leitura, pois envolve muita
memória visual. Além disso, lendo se percorre praticamente todas as
memórias (não há nenhuma atividade tão intensa como essa).
A
memória se adquire pela experiência.
Não
se conhece o limite da memória humana, mas é muito maior do que
qualquer coisa que possamos conhecer. Memória é aquilo que se
aprende e fica.
A
gravidez tem uma relação muito forte com a memória, pois nesse
período se evocam diversos tipos de memórias relacionadas a isso
(por exemplo, experiências de gravidez anteriores).
Os
humanos sempre aprendem as coisas “mais ou menos”. Algumas coisas
temos que aprender diversas vezes para conseguirmos compreender.
A
ditadura foi algo que criou memórias coletivas, fazendo as pessoas
acreditarem coletivamente em algumas coisas que não existiram.
Cada
vez mais o mundo torna-se mediado e nosso contato direto com os fatos
é cada vez menor.
Jorge
Luis Borges foi o escritor que mais falou sobre a memória (mais do
que Marcel Proust, que ficou conhecido por isso).
Nosso
cérebro cria muitas memórias falsas.
Sonhos
são memórias transfiguradas e reformuladas, mas ainda não existe
uma ideia muito clara sobre isso. Quando a qualidade do sono é ruim,
afeta as memórias recentes (do dia anterior, por exemplo).
Há
algumas substâncias no cérebro que produzem amnésia para
esquecermos de experiências traumáticas (como a dor do parto, por
exemplo).
Reprodução
neuronal nada tem a ver com a memória.
A
falta de exercícios físicos provoca consideráveis transtornos
cognitivos. O que se recomenda é fazer exercícios durante três
vezes por semana, pois aumenta a circulação de todo o corpo e,
principalmente, a circulação cerebral, melhorando a função
cognitiva.
*Anotações da palestra "O que é e para que serve a memória", de Ivan Izquierdo, em 14 de maio de 2015.