13 de set. de 2009

O ser humano no seu estado mais puro será sempre feio e inconcebível. As pessoas não podem ser como são. Elas devem ser como as regras mandam. O paradoxo é que mesmo quem fez as regras, burla. E então a base não existe mais, porque as regras foram criadas pensando no grupo e não no só. As pessoas são só. As vontades e anseios são só. E todo o mundo é pó.

5 comentários:

Ellen disse...

Cara t.

Há algum tempo acompanho teu caminho, aqui do escuro, bem como convém a uma ratazana.
Mas hoje me deparei por acaso com alguns trechos de um filme do qual tu participa, e teu papel é tão perturbador e lembra tanto o local de onde fugi, que venho até aqui te falar o quanto isso me tocou. pensei nisso o dia inteiro, e foi o que pode se chamar de uma grande coincidência: ainda na noite passada tive outro pesadelo sobre minha infância, e é de lá que ainda tento fugir.
Lembrei de cachorros, robôs, da rejeição, e de todos os gatos mortos pelo vizinho que um dia terá o mais terrível dos fins.

t. disse...

Ellen, não encontrei outro lugar para te falar a não ser por aqui. Não sabes o quanto me fez bem ler isso. Eu sei que não é algo bom: o sentimento é perturbador e são coincidências mútuas. Pois se participei desse filme é porque não foi preciso atuar. Todos os sentimentos são verdadeiros e vêm lá do fundo. Esse lugar existe em todos nós. Um lugar de onde a gente sempre foge, seja lá como for.
Engraçado porque em mim também habitam gatos mortos. E também foi por um vizinho, que também terá o mais terrível dos fins. Isso já é certo. Engraçada é a coincidência de tudo isso.

Ellen D.B. disse...

O amor pelos gatos talvez tenha sido o que tivemos de mais precioso - ao menos pra mim, foi. o vizinho era nosso, meu e teu, naquela casa tão vazia ao lado da plantação de cana e da entrada do Azul.
Mas nossos caminhos poucas vezes se cruzaram, e agora já faz tempo que fugi.

Sim, fugi para tentar deixar pra trás tudo o que machucava.
but we're all stuck in that land forever

t. disse...

Agora que me dei conta de quem és. :)
E sim, o amor pelos gatos é muito, muito precioso porque diz muito de nós. São coisas internas.

Ellen D.B. disse...

Ah, tu descobriu? (bom, não era tão difícil) [=

Ok, já fiz minha aparição; agora volto pras trevas. Continuarei te acompanhando de longe, como sempre.